segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Campos electromagnéticos (antenas e telemóveis) - Um falso problema

Por Dr. Marcelo Fernandes
Médico de Saúde Pública
Abril 2006 (nº 16)

A radiação electromagnética é uma forma de energia invisível, que se transmite através de ondas (ondas electromagnéticas).
Somos “obrigados” a conviver com a radiação electromagnética pois ela está presente, desde logo, no sol, fonte natural desta radiação. O desenvolvimento tecnológico trouxe consigo novas e variadas fontes de radiação electromagnética, como por exemplo as linhas de alta tensão, as antenas de telecomunicações (rádio, televisão, telemóveis), aparelhos médicos (raios X, radioterapia), os electrodomésticos (micro-ondas, monitores, televisores) e a última das necessidades, o telemóvel.
A questão muitas vezes colocada é se a radiação electromagnética faz mal à saúde. A resposta é muito difícil ou mesmo impossível, pois depende essencialmente da qualidade e quantidade da exposição, ou seja, andar ao sol não faz mal, mas se ficarmos muitas horas na praia o resultado mais provável será sofrer queimaduras na pele.
Os problemas levantados constantemente pela comunicação social em relação às antenas dos telemóveis e aos próprios telemóveis, com novos estudos, a maior parte de fraco valor científico, vão contra o conhecimento actual em relação ao problema.

Alguns exemplos de potência e possível exposição
Forno microondas -1000 Watts
Antenas de telemóveis - 600 Watts
Lâmpada de casa - 60 Watt
Telemóvel - 1 a 2 Watts

Portanto, desde há muito que nos encontramos expostos na nossa vida diária a níveis de radiação electromagnética muito superiores aos telemóveis e às suas antenas. Relativamente às antenas de telemóveis, apesar da radiação na origem ser de 600 Watts, com uma distância de apenas alguns metros terá uma emissão insignificante, pois a radiação diminui muito com a distância à origem. No caso dos telemóveis, a radiação pode atingir um máximo de dois Watts para o sistema GSM (2ª geração) e um Watt para o sistema UMTS (3ª geração). Ora, se o nosso microondas emite 1000 Watts (em condições ideais o aparelho é estanque, e não deixa passar radiação para o exterior), e a antena de transmissão de um qualquer canal televisivo cerca de 400 000 Watts, estamos perante um falso problema.
A legislação em vigor, tanto a nível nacional como internacional, permite níveis de radiação electromagnética 50 vezes inferiores aos que comprovadamente provocam lesões no ser humano. Em Portugal, tendo sido controlados todos os locais onde se produzem maiores níveis de radiação electromagnética, nunca foi detectado nenhum que ultrapassa-se o valor máximo admitido (relembrando que este valor, mesmo assim é 50 vezes abaixo de ser prejudicial para a saúde).
 
Algumas considerações que devemos tomar:

  •     Os efeitos para a saúde das radiações electromagnéticas podem ser térmicos (amplamente conhecidos), não térmicos (muitos estudos em desenvolvimento) e psicológicos (criados pelos meios de comunicação social);
  •     Relativamente ao telemóvel, os efeitos térmicos após utilização muito prolongada, são mais sentidos pelo olho, pois este órgão, por ser menos irrigado tem maior dificuldade de se adaptar a variações de temperatura;
  •     O principal risco para a saúde pelo uso dos telemóveis é composto pelos acidentes de viação para quem os utiliza a conduzir;
  •     Relativamente aos aparelhos auditivos e ao pacemaker, não existe nenhum problema com o uso dos telemóveis pois trabalham em frequências diferentes;
  •     Não se recomendam sistemas de protecção para as radiações dos telemóveis pois a radiação final tem de ser sempre a mesma (só gasta mais bateria e dinheiro na compra da protecção);
  •     A utilização de auricular e a diminuição do tempo de chamada são formas eficazes de diminuir a radiação;
  •     O uso de telemóveis pelas crianças não é mais nem menos perigoso do que para os adultos;
  •     A interferência dos telemóveis com outro material médico e com os aviões está em curso.


 Fonte:http://www.cscarnaxide.min-saude.pt/jornal/artigo.asp?rev=16,15,17

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O uso dos telemóveis pelos portugueses

Em média 74% dos portugueses utiliza os telemóveis e pelo menos cada um desses possui um telemóvel. Os restantes de 11,3% têm mais de um telemóvel.
Tendo em conta esta elevada taxa de penetração, vejamos as diferenças no interior dos grupos etários:
No grupo de adultos entre os 25 e os 44 anos, 40% possui um telemóvel contra 10% dos mesmos, que não têm. Acima dos 65 anos 8,5% têm um telemóvel, contra 45% que não têm, esta relação é inversamente proporcional no que respeita à posse de telefone fixo.
A relação da posse do telemóvel com a escolaridade dos adultos é directamente proporcional: quanto mais escolaridade se tem, maior é o número de pessoas com telemóvel (91,1%), de entre os que não sabem ler nem escrever, apenas 1% têm telemóvel. Telemóveis já não são símbolos de “status” social. Hoje dia são bens comuns e de grande utilidade para muitos. Não são propriamente baratos mas também não são muito dispendiosos. Isto no caso dos modelos de gamas baixas e médias, os topo de gama são extremamente mais caros.

Que fazem os diversos grupos etários com os telemóveis:
  • Crianças: usam o telemóvel para jogos.
  • Jovens/adolescentes: utilizam o telemóvel para escrever mensagens, para ouvir musica e conversar.
  • Adultos: necessitam do telemóvel para comunicar através de voz e mensagens.
  • Idosos: limitam-se atender e efectuar chamadas.


Evolução dos telemóveis: